O Papel da Alimentação no Envelhecimento Saudável
Envelhecimento da população
A Organização Mundial de Saúde (OMS), define por pessoa idosa todo o indivíduo com idade igual ou superior a 65 anos, sendo que esta faixa etária tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos.
O envelhecimento demográfico é uma realidade mundial, mas quando olhamos para Portugal, vemos esta realidade ainda mais marcada em que segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) somos o 7º país da Europa com mais pessoas idosas. Atualmente cerca de um quarto da população portuguesa (23,8%) são pessoas idosas, tendo este percentual quase duplicado nos últimos 30 anos desde 1990, em que a população idosa, representava 13,4% da população Portuguesa. Acredita-se que esta alteração demográfica esteja a ocorrer devido à diminuição da natalidade e ao aumento da esperança média de vida dos últimos anos.
Alterações do envelhecimento
O envelhecimento refere-se a um processo multidimensional nos seres humanos que engloba alterações físicas, psicológicas, sociais e ainda económicas que por sua vez podem influenciar e deteriorar o estado nutricional das pessoas idosas.
Entre algumas destas alterações destacamos hoje:
- Alterações da composição corporal: perda de massa muscular, massa óssea e aumento da massa gorda;
- Diminuição das necessidades de energia e aumento das necessidades proteicas;
- Alterações sensoriais: alterações do paladar, olfato e visão;
- Dificuldades na deglutição e mastigação de alimentos;
- Alterações na absorção e metabolismo de alguns nutrientes;
- Menor sensação de fome e sede;
- Maior atraso no esvaziamento gástrico e maior propensão para obstipação;
- Entre outras.
Importância da alimentação no envelhecimento
Como acabamos de referir, são várias as alterações fisiológicas que podem ocorrer durante o envelhecimento, e por isso os cuidados alimentares num contexto de um estilo de vida saudável assumem um papel importante para um envelhecimento com qualidade de vida. Sabemos que, quando existe uma deterioração do estado nutricional, sobretudo à custa de perda de massa muscular, que leve à desnutrição, ocorre uma diminuição da força e autonomia, o que aumenta o risco de ocorrência de quedas, fraturas ósseas e até mesmo de mortalidade. Desta forma, cuidar do estado nutricional da pessoa idosa é fundamental para garantir a sua saúde.
Hoje deixamos aqui algumas recomendações alimentares gerais para pessoas idosas:
- Assegure um bom aporte proteico: Inclua sempre nas refeições principais alimentos ricos em proteína (ex: carne, pescado, ovos, leguminosas incluindo a soja e seus derivados e seitan). No pequeno-almoço ou refeições intermédias pode, por exemplo, incluir laticínios (normais ou enriquecidos em proteína), bebida vegetal enriquecida em proteína, frutos oleaginosos ou manteiga 100% de frutos oleaginosos (ex: manteiga de amendoim, amêndoa);
- Se tiver dificuldades de mastigação deverá adoptar uma dieta de consistência modificada, mole ou pastosa: Fale com um nutricionista para saber como pode adaptar a consistência das suas refeições;
- Assegure um bom aporte de fibra: Inclua na sua alimentação diária hortícolas e fruta. Nas refeições principais, como acompanhamento dê preferência a cereais integrais (ex: massa e arroz integral), leguminosas, batata com casca;
- Em caso de pouco apetite: Reduza o volume das refeições e tente aumentar o número de pequenas refeições ao longo do dia;
- Mantenha uma boa hidratação: Beba cerca de 1,5L- 2L de água/dia.
Nesta faixa etária torna-se ainda mais importante a pessoa idosa e quem a rodeia estarem atentas a alguns sinais de alerta para risco de desnutrição, como perda de peso involuntária, diminuição da ingestão alimentar, perda de força e autonomia nas atividades de vida diárias. Quando temos presentes algum destes sinais será importante encaminhar a pessoa idosa para uma avaliação do seu estado nutricional com um nutricionista.
Se pretende ter uma alimentação adequada ao seu envelhecimento marque já uma consulta de nutrição. Cuide do seu envelhecimento com saúde, nós ajudamos.